Friday, November 25, 2005

A importância do bigode

Sublinhamos palavras para quê? Para evidenciar o texto; para produzir releituras quando estamos certos do que dizemos, quando o sabemos verdade e que à verdade não há volta a dar. O Bigode sublinha a venta e só pode sublinhá-la quem ousa falar verdade e não pretende produzir discursos de vento, com a densidade de um predicado simples que se substitui sempre pelo disparate dos seguintes na memória do ouvinte.

Em Portugal (e não só!) o bigode não é só pêlo, nem um torpe auxiliar do cunnilingus. Em Portugal o bigode é um símbolo nacional tão fundamental como a bandeira, o hino, o tremoço ou a sardinha.

Apesar das facções que condenam o bigode, acusando-o de ser um símbolo do passado (como o dizem também da sardinha, do tremoço, do hino e da bandeira), de um Portugal que ainda não apanhou o comboio do séc. XXI, nós defendemos o contrário. O bigode não só apanhou o comboio como viaja neste momento no TGV Paris – Marselha, sorvendo calmamente um puro Malte de 15 anos.

O bigode em Portugal é inegável, ele engrossa as fileiras das nossas forças policiais e militares. O bigode atende-nos nos locais genuínos, nos cafés, mercearias e restaurantes, onde o povo vive e convive. O bigode protege-nos do frio e permite armazenar comida durante o Inverno. O bigode diz muito sobre o seu dono, se é farfalhudo e enrolado pertence a alguém expansivo e orgulhoso, se é pequeno e aparado revela sobriedade e comedimento, se é generoso e definido pertence a um dono sociável e com boas maneiras (assim é o bigode do candidato Honesto). Porque não as esconde mas sublinha e sublima, o bigode faz as bocas mais rectas e directas. E como nos fazem falta agora, essas bocas na política portuguesa!

O candidato Honesto diz o que lhe vai na alma, sem rodeios e com bigode.

Honesto quer regressar à pureza inicial dos ideais republicanos, no tempo dos bigodes inabaláveis na presidência: Manuel de Arriaga foi preso por integrar uma manifestação patriótica contra a ameaça do domínio inglês, Teófilo Braga esteve envolvido no manifesto que precedeu a primeira tentativa de implantação do regime republicano em Portugal, e Bernardino Machado, ostentava um bigode que ainda hoje deveria servir de exemplo para os buços mais tímidos. Isto é coragem, e é na promoção desta tradição moderna que Honesto não pactua com Barbas Alegres de puro sectarismo partidário, com saudosismos infantis de um velho amante de tartarugas gigantes, que Honesto não aprecia silêncios dilatórios por parte de candidatos rectamente rapados.

O propósito desta campanha honesta é dar Bigode aos outros concorrentes enquanto rimos nas suas barbas.

Comissão de Candidatura Honesto Presidente

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